Praça úmida

As praças se caracterizam fundamentalmente como intervenções urbanísticas de interesse ecológico e paisagístico, nas quais coexistem distintas funções, especialmente: recreação, contemplação, cultura, paisagismo, gestão das águas pluviais, proteção da biodiversidade, entre outras.

Devido à herança arquitetônica e cultural portuguesa, espanhola e italiana, existem no Brasil muitas praças do tipo chamado tradicionalmente de “largos”, espaços amplos e vazios – categorizados como “praças secas” – geralmente localizados em áreas centrais das cidades mais antigas. Atualmente, porém, é consenso que as praças secas são mais adequadas a países europeus. No Brasil, onde predomina o clima tropical, são mais benéficas as “praças úmidas” ou “praças jardins”– espaços onde a vegetação e a permeabilidade do solo são priorizadas –, sendo mais alinhadas ao conceito de Soluções baseadas na Natureza.

As praças úmidas são espaços de solo permeável com predomínio de vegetação que contribuem com a infiltração e o lento escoamento das águas das chuvas. Além disso, atuam como oásis no ambiente urbano e causam efeitos positivos para o clima, a recreação e a biodiversidade nas áreas residenciais vizinhas a elas [27].

Por meio delas, os moradores locais têm a chance de visitar áreas naturais e apreciar paisagens verdes, fauna e flora sem a necessidade de percorrer grandes distâncias. Como consequência, é também nas praças que grande parte da população urbana desenvolve sua relação com a natureza, o que torna estes espaços, além de tudo, importantes ferramentas para conscientização ambiental.