Considerações finais

A saúde e o bem-estar humanos dependem diretamente das características do meio em que vivemos. Para garantirmos qualidade de vida, precisamos tornar os ambientes mais resilientes aos desafios enfrentados pela sociedade contemporânea. Caso contrário, os danos serão ainda mais graves para os serviços fundamentais, como o abastecimento de água, a produção de alimentos e a geração de energia, e resultarão em prejuízos socioeconômicos e – mais importante – em irreparáveis perdas de vidas.

É necessária uma visão diferenciada, com a finalidade de preservar as áreas naturais e sua biodiversidade e, consequentemente, os serviços ecossistêmicos por elas gerados, de modo a atingir uma relação mais harmoniosa com o ambiente em que vivemos, seja nos grandes centros urbanos, nas áreas periurbanas ou nas zonas rurais.

Portanto, conservar os ecossistemas naturais é uma estratégia inteligente para o desenvolvimento regional, já que fornece múltiplos benefícios para o bem-estar da população, bem como minimiza os riscos à economia local.

Considerando a situação em que a humanidade ainda se adapta às consequências da pandemia da Covid-19, é ainda mais fundamental reconhecer o imenso potencial dos ecossistemas para dar suporte a um modelo de desenvolvimento baseado na natureza.

A requalificação ecológica, social e econômica das cidades – tema que vem ganhando muita atenção em todo o mundo – tem o potencial de aumentar a resiliência a possíveis novas pandemias, além de, como já exposto, reduzir gastos públicos frente a eventos extremos e proporcionar qualidade de vida, bem-estar, saúde e justiça social.