Características técnicas

O design do jardim de chuva deve ser planejado com relação às suas funções e às características do terreno e da área disponível. A partir do desenho são definidos os desníveis para entrada e saída da água, bem como a circulação horizontal das águas dentro do jardim, por exemplo. De modo geral, os projetos atendem a alguns pontos-chave:

  • depressões que formem pequenas poças a partir do acúmulo de água e possibilitem a infiltração gradual dela no solo;
  • processos de adsorção, filtração, volatilização, troca de íons e decomposição, promovidos pelas plantas nativas e pelo solo, para a remoção dos poluentes;
  • reintrodução da água limpa no ambiente, seja pela infiltração e abastecimento do aquífero ou pela coleta e direcionamento para o sistema de microdrenagem e macrodrenagem – este último quando a água do escoamento passa pelo jardim de chuva e depois é direcionada aos córregos.

Como o sistema funciona?

Desenho em perspectiva do jardim de chuva. (URBAN GreenUP, 2018)
  1. Quando chove, a água escorre pelo meio-fio e por outras superfícies impermeáveis, arrastando a poluição difusa – partículas de sujeira, produtos químicos, óleos, gorduras, lixo e bactérias – ao longo do caminho;
  2. Um corte no meio-fio ou uma abertura na superfície permite que a água entre no jardim de chuva;
  3. A vegetação com raízes profundas e o solo projetado absorvem o escoamento da água e filtram os poluentes;
  4. A água se acumula até atingir a altura de um vertedor, normalmente definida de 15 a 30 centímetros acima da camada de solo projetada;
  5. A água que transborda – no caso de eventos de chuva que excedem a capacidade para a qual a estrutura foi projetada – é desviada e encaminhada para a rede de drenagem;
  6. Da água armazenada, uma certa quantidade é absorvida e transpirada pelas plantas e parte se infiltra no solo superficial drenante, que é uma mistura de solo, areia e composto orgânico;
  7. Parte da água infiltrada passa pela camada de pedra ou cascalho;
  8. E flui para a rede de águas pluviais por meio do tubo drenante conectado à rede de drenagem para extravasar, quando for o caso;
  9. Outra parte da água continua se infiltrando que chega ao solo natural e recarrega o lençol freático [26] [27] [31].